A escassez de profissionais de saúde agravou ainda mais a situação dos casos de dengue no Distrito Federal, com um déficit estimado de cerca de 11.200 médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
A ausência desses profissionais compromete a qualidade do tratamento em unidades básicas de saúde, tendas de hidratação e hospitais, resultando em superlotação nos postos de atendimento.
A dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, tem sido especialmente preocupante no verão, manifestando-se com sintomas como dores no corpo e febre alta, representando um grave problema de saúde pública no Brasil.
Além disso, a falta de mão de obra na rede pública impede a realização de ações preventivas contra o Aedes Aegypti. Mudanças climáticas impactaram o ciclo da dengue, e a falha no preparo para a temporada de chuvas contribuiu para o aumento da incidência da doença. Antes do surto, o Distrito Federal já havia perdido 36% dos agentes de combate à dengue.
A sobrecarga de trabalho tem levado os profissionais de saúde à exaustão e ao adoecimento. O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, destaca a carência de 4.800 profissionais, resultando em desassistência e fechamento de serviços essenciais.
A falta de planejamento nas medidas de prevenção da dengue e na reposição de recursos humanos no Sistema Único de Saúde (SUS) do DF é apontada como uma das causas da crise. O sindicato propõe a convocação de aprovados em concursos e melhores salários para reter profissionais no SUS.
O Sindicato dos Enfermeiros revela uma defasagem de 1.400 profissionais na carreira, comprometendo a capacidade do SUS de executar projetos de prevenção. A estratégia do fumacê é criticada, e a importância das equipes em campo na prevenção é destacada.
Técnicos de enfermagem enfrentam um déficit de 5 mil profissionais, afetando programas de atendimento a idosos, hipertensos, gestantes e crianças. O governo busca apoio de instituições como o Corpo de Bombeiros, Exército e Aeronáutica, mas a medida é vista como paliativa.
A Secretaria de Saúde afirma que novas nomeações e concursos estão em análise, mas não fornece números ou datas. O reforço no quadro será conforme disponibilidade orçamentária, visando à legalidade e ao equilíbrio das contas públicas.
A situação ressalta a urgência de medidas efetivas para enfrentar a epidemia de dengue no Distrito Federal, incluindo ações preventivas, reposição de profissionais e investimentos na saúde pública.