Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), recentemente publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice, indica que caminhar pelo menos 7.500 passos diariamente pode contribuir significativamente para o controle da asma moderada ou severa em adultos.

O trabalho, reconhecido pelos editores da revista como um artigo que pode modificar a prática clínica, sugere que as políticas públicas e as recomendações médicas devem enfatizar o aumento da atividade física em vez de focar apenas na redução do sedentarismo. Os pesquisadores destacam que é possível ser fisicamente ativo, mesmo mantendo períodos prolongados de sedentarismo, como ficar sentado por mais de 8 horas durante o trabalho.

Durante o estudo, que envolveu 426 pessoas com asma moderada a grave em São Paulo e Londrina, foram analisados dados como atividade física (medida por actigrafia), controle clínico da asma, qualidade de vida, sintomas de ansiedade e depressão, entre outros aspectos.

Os resultados mostraram que indivíduos que caminhavam pelo menos 7.500 passos diariamente apresentaram melhores índices de controle da doença, independentemente do tempo passado em comportamento sedentário. Além disso, não houve correlação entre tempo sedentário e obesidade com a redução dos sintomas de asma.

Os pesquisadores também observaram uma maior porcentagem de pacientes com asma controlada nos grupos que eram ativos, tanto sedentários quanto não sedentários, em comparação aos grupos inativos.

O estudo ressalta a importância de quebrar mitos e receios relacionados à prática de atividade física por pessoas com asma, oferecendo a caminhada como uma atividade simples e de baixo custo que pode trazer benefícios significativos para o controle da doença.