Os ex-ministros da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional, general Walter Braga Netto e Augusto Heleno, respectivamente, optaram por permanecer em silêncio durante seus depoimentos à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira. Eles foram ouvidos no contexto de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

Além de Braga Netto e Heleno, outras 22 pessoas, incluindo ex-ministros e militares, foram convocadas para prestar esclarecimentos sobre o caso.

A defesa de Braga Netto afirmou que ele exercia seu direito de acesso completo à investigação antes de fornecer quaisquer esclarecimentos. O general da reserva Paulo Sergio Nogueira, ex-ministro da Defesa, também permaneceu em silêncio, com sua defesa explicando que ele estará à disposição para esclarecimentos assim que tiver acesso aos autos do processo.

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Mário Fernandes e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, também optaram por não responder às perguntas da PF. A falta de tempo hábil para conhecer os autos do processo foi a justificativa apresentada pelas respectivas defesas.

Os depoentes foram alvos de mandados de busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis, iniciada há duas semanas por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A investigação se baseia em parte na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Os depoimentos foram marcados para ocorrer de forma simultânea em várias localidades do país. As suspeitas variam para cada indivíduo envolvido, incluindo alegações de incitação contra membros das Forças Armadas, manipulação de relatórios e participação em planos golpistas.

Braga Netto e Heleno, assim como outros depoentes, terão suas declarações analisadas no contexto das investigações em curso sobre a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Bolsonaro.